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Existencialismo

  • Foto do escritor: Rebeca Japiassu
    Rebeca Japiassu
  • 31 de ago. de 2022
  • 2 min de leitura

Um dos principais fundamentos da Gestalt-terapia é o “Existencialismo”. Temos um olhar para vida humana como tendo uma existência concreta, paradoxal e histórica. É concreta porque é vivida na situação do cotidiano. É paradoxal porque não funciona de forma linear. Isso porque nós vivenciamos contradições, configurações e reconfigurações na vida. E é histórica porque o indivíduo é construído sempre voltado para um tempo, que é seu. Por fim, entendemos que: “Só o homem existe, as coisas são.” Pois o homem tem essência diferente dos demais objetos.

Nós possuímos uma existência que transcende, é como se estivéssemos em constante manutenção, nunca estamos completamente acabados. Estamos em constante movimento para a vida, sempre vamos vivenciar transformações, enquanto existirmos. A existência humana é a nossa própria essência. Isso quer dizer que sempre haverá novas possibilidades de “sermos” o que somos no mundo em que vivemos. Ou seja, mudamos nossas maneiras de ser, nos reinventamos, reconfiguramos nossa mentalidade, etc. Por isso, a Gestalt-terapia não acredita que o comportamento deve ser pré-determinado por nada. O ser humano é sempre aberto para milhares de possibilidades futuras, assim, podemos dizer que temos uma existência indefinida.

A vida não é linear, nem o ideal de uma vida boa e bela. Não somos seres fadados a um destino pronto e irremediável. De fato, a vida é feita de saltos, movimentos, ambiguidades e imprevisibilidades, que são inerentes ao próprio “existir”. É assim que vamos construindo nosso “eu”, conforme vamos vivendo. Acreditamos que o homem é um ser de escolhas e decisões. Em todo tempo é preciso fazer uma escolha na vida, e é assim que a existência se constrói, tendo que lidar com o seu cotidiano a todo momento. É por isso que muitas vezes, as pessoas vivenciam angústias.

A angústia do existir permeia nossas vidas, em função da liberdade existencial que nos acompanha (pela indeterminação da existência e pela nossa condição de escolha). Por isso também não é raro nos apegarmos as determinações do mundo, a ideia de linearidade e acreditarmos que estamos a mercê das circunstâncias da vida (sem escolha). Não é nisso que acreditamos na clínica gestáltica. Iremos lidar com o ser humano como sendo ele alguém que sempre poderá escolher, ajustar-se, decidir e se apropriar das próprias ações, sentimentos, emoções, valores e atitudes. Junto da escolha, vem grande responsabilidade e isso, também, é algo importante de se perceber no processo terapêutico. A liberdade de existir e de escolher, mesmo em face de nossos limites, nos instrumentaliza, mas também nos ensina a lidar com a angústia e com as consequências de nossas atitudes.


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